11 novembro 2008

Deus, tente outra vez

Hoje no ônibus, uma mulher paga a passagem e passa pela roleta e senta em um lugar vago, ocupando completamente o seu assento e metade de outro ao lado. Abre sua bolsa e retira um pequeno saco plástico e joga no chão do ônibus. Em seguida, remexe dentro da bolsa e agora é a vez de uma embalagem de bala, que passa a fazer companhia ao outro lixo no piso do veículo. Tudo numa naturalidade tamanha.

Ontem no trem, o trabalhador ao meu lado comia um pastel gorduroso, adicionado de ketchup que era transportado em seu bolso. A pequena embalagem do molho é lançada nos trilhos, num simples movimento do homem levantar o braço e encurvar sua mão para trás em direção à janela aberta. Continuava olhando para a frente e comendo o seu pastel, envolto num guardanapo e num saco de papel, os quais também não seguem viagem e ficam no meio do caminho, lá pelos trilhos. Caso ele estendesse o braço para a sua esquerda ao invés de para trás, o lixo estaria dentro de uma lixeira.

Um certo dia no trem, após ler um anúncio que carregava, o rapaz o amassa, fazendo dele uma bolinha de papel a fim de ser arremessada para fora do transporte. Poucos minutos se passam. Ele retira seu MP3 do bolso e encaixa o fone e aperta um botão. Retira a pilha descarregada do aparelho e a joga pela janela. Pegue uma nova pilha do bolso para ser plugada no MP3. Não havia lixeiras nesse vagão, mas por que não guardá-la no bolso no lugar da outra?

Isso quando não acham que temos que ver essas cenas ao som de funk. Porque agora virou moda não usar mais fone de ouvido com o celular. O indivíduo compartilha o pancadão com todo o transporte coletivo por conta própria. Ninguém pede. Ele somente parte do princípio que todos devem ouvir o mesmo som que ele durante toda a viagem.

São cenas do meu dia-a-dia. Não tento mais entendê-las. Não acredito numa revolução humana - pelo menos, não para essas pessoas. Como diz um certo blogueiro, "a humanidade não deu certo". E sinceramente, dá nojo.

6 comentários:

Anônimo disse...

É complicado isso, porque parece que as pessoas fazem questão de piorar o que já está ruim...
Se vc notar, não jogam lixo frequentemente no metrô, ao menos eu não vejo... e não vai dizer que são grupos totalmente distintos, porque várias pessoas que andam de trem, também andam de metrô.
Elas se acostumam, parece (uso a terceira pessoa, porque eu de fato não jogo lixo em lugar nenhum, nem em trens, nem em metrôs, nem em ônibus, nem catamarãs, já andou de catamarã???), se adaptam ao que está posto, não refletem por si só. São gestos automáticos.

A Pscicopata disse...

Eu já andei de catamarã .o/

Sempre que eu pego o tren( todos os dia) eu penso exatamente isso, eu me espamto com a naturalidade que as pessoas jogam as coisas pela janela. Qual o problema com as lixeiras do vagão? Qual o problema com as lixeiras??

O Lerdo disse...

Eu não andei de catamarã =/

Mas também sinto vergonha pelos seres que dividem comigo o mesmo genoma. Falando nisso, Deus tenta, e muito. Mas já dizia o poeta que a evolução se dá por mutação. Umas dão certo e outras dão errado. Como a vida pode nos provar, muitas dão errado mesmo...
nem comento sobre a moda de ter mini-baile funk nos vagões. Meu estômago não está legal pra isso.

Anônimo disse...

Esqueci de falar que não gosto da sua mania de dizer q a humanidade n deu certo...
só aqui nessa página já contei 3 integrantes dela que são modelos bem bons...

PS: hein dona psicopata, pq a gente n marca uma volta de catamarã com todo mundo? Eu posso emprestar meu riocard q serve pra catamarãs...

Pedro Henrique Gomes disse...

E não deu certo mesmo...

Prof. Aline Costa disse...

Isso que vc diz, vejo também todos so dias... deprimente.
Essas pessoas em suas maioria se enquadram no 'falar é facil, fazer que é dificil"
Com certeza são daquelas que tem 1000 críticas quando a sujeirada lhes incomoda, achando milhoes de culpados.
Mas, de modo geral, o que isso importa a eles, eles apenas se livraram de um lixo desnecessário.
pessoas presas em seus mundinhos mediocres... mas, they don't care about.
Se acostumar com isso é impossivel, mudá-los impraticável, solução, por hora nenhuma que não inclua a extinção deles... e assim a vida segue.