28 novembro 2008

oh happy day! mas não é natal, é cinema

Compondo a mesa (da esquerda para direita): Gustavo Dahl, Walter Salles, Cacá Diegues, Rosa Maria Araujo, Arthur Xexéo e Zezé Motta.

Ocorreu ontem no Museu da Imagem e do Som um depoimento do Cacá Diegues. Apesar de só ter visto Bye Bye Brasil do cineasta, resolvi ir mesmo sem saber como se procedia esses tipos de depoimentos, os quais, para a minha surpresa, ocorre todo mês no Museu com um convidado diferente - já passaram por lá desde João Ubaldo Ribeiro a Manuel Bandeira! Acho que seria interessante ouvir de um dos pensadores do Cinema Novo sua trajetória como profissional e os momentos do cinema brasileiro em 50 anos.

E foi mais que interessante. Quatro horas de uma aula de cinema brasileiro, de um depoimento apaixonado de um cineasta apaixonado por seu ofício. Ouvimos curiosidades e experiências de cada produção de Diegues, sua infância - a arte cinematográfica sempre esteve presente em sua vida -, sua relação com outros cineastas, sempre de forma divertida e edificante de certa forma. Por vários momentos me senti privilegiado por estar naquela sala aprendendo por meio de um artista fundamental para a nossa cultura. Sei que saí de lá com uma vontade ainda maior da qual já me pertence de ver muitos filmes nacionais, estudar cinema e fazer cinema. Foi um grande prazer fazer parte daquele momento que ficará guardado para sempre no registro do museu através das fitas gravadas e, sem parecer piegas mas já sendo, em mim também.

O que também ficou registrado foi meu encontro com Walter Salles - e confesso que fui lá em grande parte para isso. Notavelmente trêmulo e com a voz quase inaudível, tomei coragem e após o evento fui ao encontro a um dos melhores cineastas do momento. É o tipo de chance que não se pode desperdiçar.

- Oi, Walter. Você poderia autografar meu DVD de Diários de Motocicleta?

- Claro.

- E você poderia tirar uma foto também?

- Claro.

Peguei o DVD e a caneta e enquanto ele escrevia precisava agradecer por ter me proporcionado uma experiência maravilhosa com seu filme.

- Muito obrigado por ter feito Linha de Passe. Eu não andava muito bem com o cinema, não sentia nada com o que via. A partir daí ele pára de escrever e me ouve com um grande sorriso, muito sincero. - E em Linha de Passe eu "saí" do cinema. Fiquei o tempo todo maravilhado com o que via.

- Ah, muito obrigado. Nós o fizemos com muito carinho.

Autógrafo terminado, fotos tiradas [muito mal, pois não contava com uma boa fotógrafa] e eu muito feliz. Apertou minha mão e perguntou:

- Você faz cinema?

- Não, faço cenografia. Mas irei para o cinema.

- Já tem uma porta aberta, já está no caminho.

Eu saí de lá saltitante, enriquecido com tudo que ouvi de grandes artistas e com um DVD autografado por Walter Salles! Resumindo: um grande dia.


4 comentários:

Anônimo disse...

"Autógrafo terminado, fotos tiradas [muito mal, pois não contava com uma boa fotógrafa]"

- O cacete! O Walter saiu ótimo, até ganhei um beijo por causa disso...

e só pra constar [jogando na cara] sem mim vc não teria seu 'Oh happy day'...

;)

Pedro Henrique Gomes disse...

Muito bacana! São experiências para serem guardadas de fato!

Abraço!!

A Vilã disse...

Ai, Jeffinho, fico tão feliz por você! =DDD

Lendo mais uma vez de como sua paixão pelo cinema, vejo que esse é o seu caminho.
Corra atrás dele e seja mais feliz.

Unknown disse...

quem é o gatinho do seu lado na foto??? hahaha

A Dari é uma chatona.. me panelou!!
Vou jogar isso na cara dela até meu último súspiro!! [drama]